terça-feira, setembro 04, 2007

Sexo em Silêncio

Passamos os dias, uns após os outros, a gritar um com o outro!
E quando não gritamos, é apenas porque simplesmente nem nos falamos!
É demasiado cansativo e esgotante! Isto não é Viver para ninguém!...
Mas ontem...
... ontem foi diferente!
Também houve gritos e raivas e zangas por sei lá o quê...
... mas depois ficou um silêncio que nos absorveu!...
Um silêncio escuro, que nos envolveu e nos transportou para fora deste mundo onde ultimamente temos vivido!
Naquele silêncio escuro, onde nem o contorno do nossos corpos conseguimos vislumbrar e parece que o pensamento é ele mesmo ensurdecedor, abraçá-mo-nos!
Ou melhor, ele abraçou-me.
Beijou-me como se fosse a 1ª vez que estávamos juntos... não digo isso pelo encantamento, mas sim pelo sabor, diferente, estranho...
Senti pudor em beijá-lo e apenas retribui, mal e sem entusiasmo.
Já não fazíamos amor há tanto tempo, que parecia que éramos dois corpos estranhos, a descobrir sabores novos, toques e beijos que não nos pertenciam.
Só se ouvia a nossa respiração, quase a medo, quase irreal...
Senti o desejo dele crescer sem pudores, mas não o meu.
Limitei-me a ser beijada, tocada, oferecendo o meu corpo mas sem o realmente entregar!
Não deixamos escapar um pequeno gemido sequer... era só a respiração ofegante dele, em cima de mim, e a minha respiração levemente descontrolada, mas sem loucuras.
Limitei-me a sentir o toque dele, os beijos que insistia em dar na minha boca, no meu pescoço, nos meus mamilos; deixei-o despir-me totalmente e abri as pernas para que ele se encaixasse, como quisesse.
Ele beijava-me com fome, com um desejo totalmente diferente do que sempre lhe conheci: a sua língua passeou por todo o meu corpo, sem reservas; dos mamilos desceu para a minha barriga, pelo umbigo, até à minha cona, molhada mas sem emoção; beijou-me no grelinho, no interior das coxas, lambeu-me toda enquanto as mãos continuavam a acariciar-me.
Senti um desejo frio, todo carnal, sem amor; quando ele me penetrou, duro e com vigor, as minhas entranhas receberam-no, mas não o envolveram.
Tive prazer, senti o orgasmo apoderar-se de mim, senti todas as contracções de tesão que é normal sentir, sabia-me muito molhada e sabia também que o meu prazer só iria acelerar o dele!
Vim-me sem um gemido, sem um único som, como nunca imaginei ser possível!
Quando a minha rata se acalmou, ele enterrou-se bem em mim e num vai e vem frenético veio-se também!
Mantive-me deitada, de pernas abertas, com ele deitado em cima de mim, ambos suados... e calados!
Aquele silêncio escuro, que nos abafa e nos esconde e nos ensurdece, manteve-se.
Sei que não fizemos amor... sei que não foi apenas sexo...
... mas não sei definir o que aconteceu ontem...
Talvez tenha sido apenas a satisfação de uma necessidade física, como a fome ou a sede!...
Não sei... e ainda nem defini para mim mesma se gostei!...